Acabei de ler essa reportagem da Agencia Estado, publicada no Jornal Último Segundo do IG... às vezes dá vontade de nao voltar nunca mais pro Brasil...
Doméstica está presa há 4 meses por roubar manteiga
Agência Estado
10:31 16/03
"Não tinha mais comida em casa. Estava desesperada e precisava alimentar o meu filhinho. Queria dar pão com manteiga, mas não tinha dinheiro", contou, anteontem, chorando, a seu advogado, a doméstica Angélica Aparecida Souza Teodoro, de 18 anos, presa há 120 dias por tentar roubar de um mercado um pote de 200 gramas de manteiga Aviação, no valor de R$ 3,10. Presa em flagrante pela Polícia Militar ao ser descoberta pelo dono do mercado com a manteiga escondida num boné, desde então a doméstica, que não tem antecedentes criminais, segue atrás das grades, ao lado de presas acusadas de crimes hediondos
O roubo aconteceu no dia 16 de novembro do ano passado. Ao ver o filho de 2 anos chorando de fome e a mãe doente em casa, Angélica disse que saiu decidida a voltar com o café da manhã da família. Encontrou uma amiga que ia ao mercado, localizado no Jardim Maia, zona leste. A amiga escolheu alguns produtos e pagou a conta. Já a acusada escondeu a manteiga no boné.
Os policiais militares levaram Angélica ao 59º Distrito Policial, no Jardim dos Ipês. Lá, o caso foi registrado como tentativa de roubo. Depois, ela foi encaminhada ao Cadeião de Pinheiros, na zona oeste. Após a Polícia Civil concluir o inquérito policial, o promotor Marcelo Luís Barone, da 23ª Vara Criminal, denunciou Angélica à Justiça sob acusação de roubo.
"Após a denunciada subtrair para si coisa alheia móvel consistente em uma lata de manteiga no valor de R$ 3,10, ela empregou grave ameaça contra o proprietário do mercado, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou terceiro", diz a denúncia.
A Justiça acatou o pedido da promotoria e já negou, por quatro vezes, a liberdade de Angélica.
Ontem, o juiz César Augusto Andrade de Castro, da 23ª Vara Criminal, informou que não concedeu a liberdade provisória de Angélica porque ela é acusada pelo proprietário do mercado de tê-lo ameaçado de morte durante o flagrante. A doméstica nega a ameaça. "Nós discutimos, e ele me agrediu com um tapa no rosto. Fiquei ainda mais nervosa, mas não o ameacei de morte", alega.